Descansar

Como descansar e evitar a exaustão física, emocional e mental?

Repor as energias com alimentação e sono adequados, incluir na rotina momentos de lazer e aprender a silenciar a mente são alguns dos caminhos

O cansaço é um gasto de energia que precisa ser reposto. Mas, muitas vezes, não conseguimos distinguir a sua origem para, realmente, conseguir relaxar. “O cansaço físico, relacionado à fadiga do corpo, é o mais fácil de ser reconhecido. Para repor essa energia, é imprescindível dormir e se alimentar bem. Já o cansaço mental e o emocional, que estão relacionados, têm a ver com a ideia de esgotamento”, explica Fernanda de Morais, professora de educação socioemocional do Colégio Mater Amabilis.

Ela diz que a exaustão emocional pode ser considerada uma resposta à demanda de estressores que enfrentamos no cotidiano, como sobrecarga de trabalho, de estudo e os contatos interpessoais, que exigem e demandam atenção e empatia. Essa exaustão diz respeito também ao nível de expectativa do indivíduo. “Tudo isso está associado e, quando esse desgaste emocional chega ao ápice, temos que estar muito atentos”.

Nessas situações, o corpo tenta dar sinais, como perda de interesse em coisas que antes davam prazer, falta de vontade de levantar da cama e a sensação de que tudo é muito difícil e exige demais. Na escola, com os alunos, isso também pode acontecer. “Um exercício mais complexo de português ou matemática, após você ter tido sete aulas e estudado mais três horas em casa, pode ter o seu grau de dificuldade aumentado não pelo exercício em si, mas pelo estado emocional”, observa a professora.

Segundo ela, é muito importante os estudantes terem a noção de que corpo e mente são interligados. “A ansiedade do vestibular pode me fazer perder o sono e eu não conseguir prestar atenção na aula no dia seguinte. Isso vai me deixar desanimado e frustrado, e esse ciclo fica sem fim. Por isso, é preciso ter essa noção de cuidar do corpo para também conseguir ter uma mente saudável.”

Fernanda aponta que a organização é uma das principais aliadas contra a ansiedade e o estresse. “Conseguir se organizar ajuda muito, pois aumenta a sensação de segurança. Mas isso só é possível ao elencar prioridades e identificar o que é urgente e o que dá para postergar. Se tudo é importante o tempo todo, eu estou condenado ao fracasso, porque é humanamente impossível dar conta de tudo sempre.”

Descanso e divertimento

Outro aspecto essencial é incluir na rotina momentos de lazer e descanso. “Eu não tenho que me divertir apenas quando der e se der. Temos que entender que fazer atividades prazerosas, como passar o tempo com as pessoas de quem gostamos, dar risada, enfim, são fundamentais para encarar a rotina com mais leveza e para que o cotidiano não pareça um monte de tarefas que devem ser feitas o tempo todo”, afirma.

Também é fundamental, de acordo com ela, saber separar diversão de descanso. “Pegar o celular e entrar em uma rede social, que vai disparar diversos gatilhos emocionais, não leva ao descanso. Jogar um videogame e acabar se irritando porque perdeu também não. Você pode até estar se divertindo, apesar da raiva, mas não descansando. Da mesma forma, um filme que mexe muito com você não necessariamente é um descanso. É muito importante saber separar essas atividades de acordo com a maneira pela qual elas nos afetam.”

A professora destaca que, para a nossa mente descansar, precisamos estimular emoções da família da calma e da serenidade. Ela sugere separar um tempo para meditar e descansar a mente, como fazer ioga, caminhar, ouvir música relaxante ou, simplesmente, não fazer nada. “As pessoas hoje, principalmente os mais jovens, têm dificuldade em parar porque isso se tornou algo condenável socialmente. Mas isso é essencial para que a gente possa descansar e aprender a silenciar a mente. Precisamos encontrar um equilíbrio entre cumprir as responsabilidades, descansar e se divertir. É como se fosse um constante malabarismo com essas três bolinhas.”

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