Escolha da profissão deve aliar autoconhecimento e informação
Jovens precisam refletir sobre seus gostos, valores e interesses e pesquisar sobre a rotina de profissionais; processo envolve o esboço de um projeto de vida
Ao avançar nos estudos, principalmente no último ano do Ensino Fundamental e durante o Ensino Médio, uma questão costuma deixar os alunos ansiosos: qual curso superior eu vou fazer? A escolha da profissão, muitas vezes, pode ser a primeira grande decisão na vida de um adolescente.
Para que essa escolha seja feita de forma consciente, o primeiro passo é se conhecer, o que também não é uma tarefa fácil, segundo Débora Consoline, orientadora do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio do Colégio Mater Amabilis. “O jovem está em fase de formação, ainda identificando seus gostos, valores e interesses. O processo de escolha profissional acontece justamente quando essa descoberta está ocorrendo. São muitas informações para ele processar, mas essa reflexão é muito importante.”
Aliados ao exercício de autoconhecimento, outros fatores devem ser considerados nesse momento de transição da vida escolar para a vida acadêmica. Um deles é reunir informações sobre as possibilidades de cursos superiores e de atuações profissionais e ver se combinam com o perfil do jovem. Para isso, é preciso ler bastante a respeito do assunto para entender melhor sobre os cursos e profissões que mais o atraem e até mesmo descobrir outras possibilidades que nem eram conhecidas. “É importante olhar para si e analisar como determinada profissão se relaciona com o estilo de vida que é esperado”, diz a orientadora. Aqueles que têm certeza muito cedo do caminho a seguir também devem questionar a decisão — até mesmo para reforçá-la, se for o caso — e estar aberto a novas oportunidades.
Conversar com pessoas que trabalham na área de interesse também ajuda a compreender melhor como é a rotina do profissional. “A família pode contribuir ao apresentar as profissões da família e dos amigos próximos para que fique mais concreto o mundo do trabalho e como é o dia a dia de determinada profissão”, sugere Débora.
Levar em consideração que nem todos os nossos critérios serão atendidos por uma única profissão e cada um ter consciência do que é mais ou menos importante para si também ajudam na flexibilização da escolha. Da mesma forma, é bom levar em conta que a profissão não precisa ser algo rígido, pois há diversas áreas de atuação e muitas formas de inovação no dia a dia profissional.
A orientadora destaca ainda que a escolha da profissão é um processo e, portanto, significa desenvolvimento de algo. “Escolher uma profissão leva tempo para que os valores, os gostos e os interesses se encaixem ou tentem se encaixar em um único assunto, e isso se dá com o amadurecimento do indivíduo. Os jovens podem começar a pensar e criar um planejamento de vida. Assim como é importante estudar para as matérias, também é imprescindível estudar o futuro pessoal e profissional”.
Refletir sobre as tendências também é essencial já que as profissões estão em constante transformação. Além das mudanças nas formas de atuação, na carreira, a cada ano surgem novos ofícios. Por isso, desenvolver habilidades como autoconhecimento e facilidade de adaptação servirão como recursos poderosos para lidar com um mercado moldado pela tecnologia, mudanças climáticas, etc.
Essa também pode ser uma forma de diminuir a ansiedade, já que a profissão não precisa ser algo fixo e para toda a vida. Pelo contrário, tudo indica que os profissionais terão que se reinventar cada vez mais. A situação pode ser cansativa para aqueles que não estão preparados, mas para quem se desenvolveu ao longo dos anos será recompensado.
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