Horta proporciona conhecimentos multidisciplinares aos alunos da Educação Infantil
Crianças aprendem sobre ciência, matemática, alimentação saudável, ritmo da natureza e a importância de cuidar da terra e valorizar o trabalho de plantio e colheita
“Plantar, cuidar, colher” é o nome do projeto que envolve as atividades relacionadas à horta do Colégio Mater Amabilis, realizadas pelos alunos do Pequeno Príncipe, a unidade de Educação Infantil da escola. Durante um período de 50 dias, cada série — do minimaternal ao primeiro ano do Ensino Fundamental — participa do plantio, dos cuidados e da colheita das hortaliças, em alguns momentos com a participação das famílias. “É incrível a quantidade de coisas que podemos ensinar para as crianças a partir do contato com a natureza propiciado por essa vivência”, afirma Eliz Zancanaro, coordenadora administrativa do Pequeno Príncipe e responsável pela horta.
O projeto tem parceria com a organização não governamental (ONG) Cidades sem Fome, que desenvolve iniciativas de agricultura sustentável, baseadas na produção orgânica, em áreas improdutivas ou abandonadas da cidade para criar oportunidades de trabalho para pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Há alguns anos, levamos os alunos para conhecerem o trabalho dessa ONG e, como gostamos muito da proposta, combinamos que eles dariam suporte para a horta da escola, nos ajudando no plantio”, explica a coordenadora.
Zancanaro conta que as crianças plantam as mudinhas de alface e temperos, como cebolinha, salsinha, hortelã e menta, trazidas pela ONG, regam a terra e cuidam do entorno e dos bichinhos que fazem parte daquele ecossistema, como as minhocas, tatu-bola e piolho-de- cobra. “Além de se divertirem porque estão mexendo com água e terra, elas aprendem sobre as relações que existem entre os seres vivos e a natureza”.
No dia da colheita, é feito o fechamento do projeto com alguma atividade, que varia de acordo com a série. A turma do Pré II (crianças de 5 anos de idade), por exemplo, usou a alface que colheu para preparar um sanduíche natural com tomate e queijo branco, o que também permitiu abordar a importância da alimentação saudável e estimulá-los a comer mais verduras. Os alunos ainda levaram a alface para casa para prepararem uma salada com os pais. Já os estudantes mais velhos, na faixa de 6 anos, vão conhecer uma feira de rua em agosto e vão se tornar os feirantes que venderão os produtos orgânicos da ONG para os pais e familiares.
“O projeto é extremamente rico, pois permite a abordagem de vários aspectos, como a importância da água, do sol e da relação harmoniosa entre os seres vivos. Com os alunos maiores, trabalhamos ainda cálculos, como a quantidade necessária de litros d’água para regar diariamente a horta, além de pesos e medidas dos produtos. Eles aprendem também a valorizar todo o trabalho relacionado aos cuidados de uma horta e à comida que chega dentro de casa”, ressalta Zancanaro.
No dia em que realizam o plantio, as crianças também fazem uma árvore dos desejos — eles escrevem um bilhetinho com algum sonho ou desejo e penduram nos galhos de uma árvore. Durante os 50 dias em que cuidam da horta, a ideia é que reflitam sobre o que estão fazendo para realizarem também os seus sonhos. “Isso mostra que é necessário plantar primeiro para colher depois e que cada coisa tem seu tempo. É preciso cuidar dos nossos sonhos assim como cuidamos de uma horta”.
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