Prêmio Nobel da Paz 2021: pelo direito à liberdade de expressão
Considerado um dos prêmios de maior prestígio do mundo, o Nobel da Paz laureou, este ano, os jornalistas Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Muratov, da Rússia, pela luta de ambos em salvaguardar a liberdade de expressão diante de ataques constantes dos regimes totalitários de seus países. Para a comissão do Nobel, eles representam jornalistas do mundo todo que defendem a informação independente, para proteger a sociedade do abuso de poder, de mentiras e propagandas de guerra que ameaçam a democracia, a união e a paz entre os povos.
Fundadora do site de notícias Rappler, a filipina Maria Ressa sofre perseguição por combater fake news e expor o autoritarismo do governo de seu país, que faz uso da violência e manipula o discurso público. Na Rússia, o editor-chefe do Novaya Gazeta, Dmitry Muratov, tenta manter a independência do jornal, mesmo sendo intimidado e com seis jornalistas da redação mortos por buscar a verdade sobre os fatos.As
Vozes da Paz
O Prêmio Nobel da Paz foi criado pelo cientista, inventor e empresário sueco Alfred Nobel, que faleceu em 1896 e deixou em testamento parte de seu dinheiro para o estabelecimento de uma premiação àqueles que, durante o ano anterior, conferiram o maior benefício à humanidade. Em 1900, surgiu a Fundação Nobel que, além do Prêmio da Paz, reconhece até hoje contribuições em outras cinco categorias – Medicina, Física, Química, Literatura e Economia.
De 1901 a 2021, já foram concedidos 137 Prêmios Nobel da Paz a 109 indivíduos e 28 organizações. A seleção é feita por um comitê independente, composto por cinco membros nomeados pelo Parlamento Norueguês. Na história da premiação, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha foi laureado por três vezes (1917, 1944 e 1963) e, em 2014, a paquistanesa Malala Yousafzai destacou-se como a pessoa mais jovem a receber o prêmio, por sua luta pelo direito de crianças e jovens à educação. Os ativistas Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela também estão entre as grandes vozes do Nobel da Paz, sendo reconhecidos em 1964 e 1993, respectivamente, pela luta pacífica dos direitos civis e da igualdade dos povos.
Nos últimos três anos, receberam o Nobel da Paz o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, pelo empenho em oferecer segurança alimentar no mundo (2020); o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali, na iniciativa de resolver o conflito de fronteira com a Eritreia (2019); e o médico congolês Denis Mukwege e a iraquiana Nadia Murad, ex-escrava sexual do grupo extremista Estado Islâmico, ambos ativistas no combate da violência sexual como arma de guerra (2018).
Associada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco),
o Mater integra a rede mundial de instituições que promovem projetos que contemplam a educação para a paz, a aprendizagem intercultural e o desenvolvimento sustentável. O objetivo é ajudar a formar, desde cedo, cidadãos conscientes para uma sociedade mais justa, igualitária, democrática e atuante.
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