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Primeira infância: desenvolvimento e pandemia

Estímulos, interações e brincadeiras são fundamentais para fortalecer o desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social das crianças. Mas como apoiar os pequenos nesta volta ao ambiente escolar e ao convívio externo, após o espaço e tempo que a pandemia deixou nas relações sociais?

Especialistas são unânimes em afirmar: mais do que nunca será necessária uma forte parceria entre pais e educadores para oferecer às crianças acolhimento, suporte, confiança e motivação para o reestabelecimento de vínculos e vivências fora de casa.

A primeira infância é a fase mais importante na vida de uma criança, sendo responsável
pela formação de 90% do cérebro. Está totalmente ligada ao processo de desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas e socioemocionais. Por meio da brincadeira, imaginação e experimentação os pequenos passam a conhecer, explorar e interagir com a realidade que os cerca.

Embora cada criança tenha sua particularidade, todas vivenciaram uma situação atípica com a
pandemia e o isolamento social. “É natural que, nesta retomada, haja um período de adaptação e, muitas vezes, de sentimentos aflorados como medo, angústia, ansiedade, irritabilidade. Precisamos respeitar essas emoções e ressignificá-las, ao proporcionar experiências novas, saudáveis e prazerosas”, comenta Izabele Formizano, coordenadora do Berçário do Pequeno Príncipe, que tem oferecido o máximo de receptividade, acolhimento, apoio e motivação aos alunos e seus familiares.

Izabele tranquiliza os pais e dá algumas dicas: “Acreditem, as crianças são capazes de superar desafios, com estímulos apropriados ao seu desenvolvimento, boas práticas pedagógicas e trabalho de suas habilidades socioemocionais. O melhor a fazer em casa é dedicar tempo de qualidade
para brincar com os pequenos após a escola, incentivar a criatividade, propiciar diferentes vivências, observar comportamentos e ouvi-los. É na brincadeira que eles formam concepções, aprendem, se expressam, elaboram sentimentos, estreitam vínculos e deixam representações da fantasia e da realidade”, enfatiza.

Impactos e desafios da pandemia

Uma pesquisa recente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, em duas regiões do País, apontou que houve sinais de déficit no desenvolvimento da expressão oral, corporal e interpessoal das crianças. Mais de 30% apresentaram níveis de quantidade de sono, exercício e presença ao ar livre abaixo do ideal e 32% tiveram tempo de exposição às telas acima do adequado, durante o isolamento social.

“Principalmente neste retorno, uma ação conjunta e construtiva entre pais e escola fará a diferença no bem-estar, fortalecimento das competências socioemocionais e processo de aprendizagem dos pequenos. Com cuidado e afeto, precisamos restabelecer as conexões, ao transmitir segurança nesta volta ao ambiente escolar e de interação com o meio, aspectos tão necessários ao pleno desenvolvimento infantil e de preparação para a vida”, conclui Isabele.

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