Estudos do meio e saídas pedagógicas contextualizam conhecimentos e despertam para aprendizagem

O Pequeno Príncipe e Mater Amabilis realizaram cerca de 50 dessas práticas neste ano, da Educação Infantil ao Ensino Médio

Entrar em contato com a realidade social, cultural e ambiental de diversos espaços e, a partir dessas sensações e percepções, trocar experiências com os colegas e professores e aprender de forma mais significativa. Essa é a principal proposta dos estudos do meio e saídas pedagógicas, que envolvem os alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio d’O Pequeno Príncipe e do Colégio Mater Amabilis. Neste ano, foram realizadas cerca de 50 atividades como essas.

“Elas vão muito além de complementar o que o aluno está estudando. É uma forma de estabelecer relações com o meio e desenvolver um olhar mais sensível para o objeto de estudo e aproximá-lo da realidade”, afirma Evanir Baptista Penna, professor de Geografia do Colégio Mater Amabilis e organizador de parte dos programas.

Na Educação Infantil, as saídas são bem variadas e incluem desde visitas à Cidade do Livro, Sítio do Picapau Amarelo e Companhia dos Bichos a atividades mão na massa em uma horta urbana. “Nesta, especificamente, além do caráter lúdico de plantar pequenas hortaliças e temperos, as crianças podem perceber a importância desse tipo de trabalho e a relação com a alimentação cotidiana”, explica Penna.

Ainda na Educação Infantil, ele destaca a ida à Pinacoteca, em que foram trabalhados não só os aspectos relacionados ao conhecimento e à apreciação artística, mas o estímulo às famílias para frequentarem esses ambientes. “Também foi uma oportunidade de mostrar para as crianças o que é um museu, seu funcionamento, importância e a existência de regras de convivência no espaço público.”

No Ensino Fundamental I, há dois tipos de programação. A voltada para conteúdos pedagógicos procura fazer a junção de temas, considerando de forma interdisciplinar matérias como geografia, história e ciências. Este é o caso da visita dos 3os anos à nascente do rio Tietê em Salesópolis para estudar questões relacionadas ao meio ambiente e à preservação da água. Nessa ocasião, os estudantes veem também a questão da produção de energia elétrica e o cinturão verde em Mogi das Cruzes. Já nas saídas culturais, como ao Museu Afro, no Parque Ibirapuera, a ideia também é aproveitar a oportunidade para atividades de recreação e lazer e mostrar a inserção e articulação desses ambientes culturais na cidade.

Trabalhar questões ligadas ao conteúdo, mas proporcionar que o estudante desenvolva um olhar mais crítico para a realidade a sua volta é o objetivo das atividades direcionadas às turmas do Ensino Fundamental II.

“Em Brotas, por exemplo, eles veem um rio Tietê mais limpo do que em São Paulo e refletem sobre porque isso acontece e quais as medidas para conter a poluição. Em outros locais, tomam contato com pessoas que vivem realidades distintas, como trabalhadoras rurais de uma fazenda de café, em Cordeirópolis, e quilombolas no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar)”, conta Penna.

O professor cita ainda uma nova proposta de estudo do meio, o birdwatching. Alunos do 6º ao 8º ano fazem trilhas em diferentes locais da cidade de Guarulhos para observação e identificação de pássaros. “Temos uma fauna urbana muito rica. Catalogamos aproximadamente 300 espécies de pássaros em Guarulhos e estamos produzindo um atlas digital da fauna e da flora da cidade”.

No Ensino Médio, os alunos têm feito saídas mais curtas para assistir peças de teatro e ir a museus, devido ao foco maior na preparação para o vestibular. “Levar os alunos para além dos muros da escola e fazer a ponte entre a sala de aula e a realidade é algo necessário e muito rico”, finaliza o professor.

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