Como incentivar o hábito da leitura em crianças e adolescentes?

No Colégio Mater Amabilis, alunos participam de contação de histórias de obras literárias e têm indicações de livros de acordo com seu perfil; objetivo é formar leitores desde cedo

Criar o hábito da leitura em crianças e adolescentes é um desafio para pais e educadores, principalmente na era do celular e das redes sociais. Para formar leitores desde cedo e cultivar o gosto pelos livros, o Colégio Mater Amabilis desenvolve algumas ações.

Uma delas é realizar atividades de contação de histórias, sempre baseadas em obras literárias, para alunos da Educação Infantil até o Ensino Fundamental II. Também são feitas leituras compartilhadas na biblioteca, que podem acontecer durante uma aula, com a intermediação do professor da turma, ou nos intervalos. “A ideia é mostrar que, além das redes sociais e jogos digitais, a leitura também é prazerosa”, diz Olavo Fernandes Maciel, coordenador da biblioteca da escola, que conta com 15 mil títulos e 23 mil exemplares.

Conhecer o perfil dos alunos e fazer indicações pontuais de livros é outra estratégia utilizada. “Quando um estudante visita a biblioteca, eu bato um papo com ele para saber qual é o seu gênero literário preferido. Também costumo fazer uma pequena narrativa sobre determinado livro para despertar a curiosidade e estimular o interesse” conta o professor.

Segundo ele, essa abordagem costuma ser bem-sucedida. “É um trabalho de formação de leitores. Depois, eles vêm atrás de novas indicações e, quando estão maiores, muitos dão um feedback sobre a importância desse incentivo, mostrando como ele abriu as portas para um interesse que não tinham.”

Maciel também diz que costuma inserir a leitura no contexto de vida dos estudantes, principalmente dos adolescentes, como forma de responder a uma necessidade emocional ou dificuldade pela qual estejam passando. “A literatura pode ser uma companheira e trazer respostas para questionamentos diversos, alguns deles que ainda nem foram formulados ou identificados. Tudo isso vai aproximar o jovem dos livros e contribuir para criar o hábito da leitura”.

Para o coordenador, outra potencialidade da leitura, que os estudantes também vão percebendo, é o quanto ela acrescenta na questão da cidadania, ao ajudar a adquirir e aprofundar conhecimentos, estabelecer relações entre eles e formar senso crítico. “Hoje se fala muito das fake news. A leitura é uma das melhores ferramentas para combater as notícias falsas, pois ela nos dá informações e referências”.

Se para os alunos mais novos os objetivos das atividades são manter o prazer e a curiosidade pela leitura e, depois, tê-la como companheira para as inquietações da adolescência, no Ensino Médio o foco é no cidadão e profissional que o estudante vai ser. “Mesmo em relação às obras de leitura obrigatória do vestibular, procuramos salientar os elementos que vão contribuir para a formação, além de aspectos do contexto histórico e literário”.

De acordo com o professor, em cada fase da escolaridade, os alunos precisam ser estimulados no seu percurso de leitor, que deve seguir por toda a vida. “Uma pessoa pode até abandonar um livro, mas a leitura nunca abandona o leitor”, afirma.

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