Preparação para o vestibular: treinar redação é fundamental
Estudantes devem escrever, pelo menos, um ou dois textos por semana; além de dominar a técnica, é preciso ampliar o repertório cultural e saber relacionar informações
Além de planejar a revisão de todas as disciplinas, aqueles que vão prestar vestibular devem dar atenção especial à redação, prova que tem grande importância nos processos seletivos em geral e no Enem.
Para Natália de Morais, professora de redação do Ensino Fundamental II do Colégio Mater Amabilis, é recomendável manter uma consistência em relação à frequência da escrita — pelo menos uma ou duas propostas diferentes por semana. Além de temas sugeridos pelos professores, os alunos também podem buscar temáticas para os textos em videoaulas, sites de estudo e aplicativos com o banco de redações do Enem. Já no segundo semestre, torna-se necessário também perceber o tempo que é gasto na elaboração de cada redação, pois isso pode ser um dificultador no dia do vestibular.
“O hábito de escrever proporciona segurança, porque além do aluno entrar em contato com o maior número de temas possíveis, ele se torna cada vez mais consciente dos seus próprios vícios linguísticos e erros comuns”, diz a professora. Ela também lembra que é importante contar com uma orientação de correção e revisão de texto, feita pelo próprio professor da disciplina ou do plantão de dúvidas.
Assim como a técnica — como seguir a norma culta do português e estar atento à interpretação adequada da proposta de redação — a capacidade de construir reflexões interdisciplinares e o repertório do aluno também são fundamentais para desenvolver um bom texto. Nesse sentido, filmes, notícias, podcasts, literatura, filosofia, teatro e todas as manifestações científicas e artísticas podem ser aproveitadas para a elaboração de uma redação, a partir do momento em que o aluno se apropria dessas experiências de forma reflexiva.
“Até mesmo o filme Coringa, que é uma produção mais hollywoodiana, propõe reflexões de cunho político e social inerentes à nossa realidade, as quais podem ser aprofundadas em uma dissertação argumentativa”, exemplifica.
Ela destaca, ainda, que as leituras das obras exigidas pelos vestibulares também constituem uma referência para a redação, uma vez que são livros que trabalham autores e temas atemporais, permeados de referências histórica-culturais, e cujas narrativas apresentam os mais diversos manejos linguísticos. “O repertório cultural do aluno é consequência de seu engajamento cultural e, para isso, também é necessário disciplina no planejamento dessas atividades.”
Conhecer as especificidades e o tipo de texto pedido em cada vestibular é outro aspecto que merece atenção por parte dos estudantes.
A Unicamp, por exemplo, exige gêneros diversos, como resumo, síntese, podcast e carta. “É uma prova que verifica a legitimidade do texto do candidato dentro da proposta de seu contexto social, visando a coerência em relação ao público-alvo e ao veículo de comunicação”, explica Natália. Já as provas da Fuvest e do Enem pedem a dissertação, que é um texto mais formal e possui uma estrutura fixa de produção.
“Com um estudo frequente, o aluno percebe qual perfil de redação é desenvolvido com maior ou menor facilidade e, assim, torna-se possível focar na redação deficitária ou aprimorar aquela que se torna seu objetivo principal”.
De acordo com a professora, uma redação “nota mil” é consequência de uma progressão semanal de escritas, revisões e leituras. “O comprometimento com essa matéria requer planejamento na agenda de estudos ao longo de todo ano”.
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